terça-feira, 11 de março de 2014

Corrida das Lezírias 2014 - 9 Março 2014

E assim mais ou menos de surpresa surgiu a oportunidade de este Domingo ir correr a Vila Franca de Xira a Corrida das Lezírias. Foi mais uma prova que corri pelo Clube TAP.  Já tinha ouvido falar desta corrida mas,  como a maioria das corridas de estrada este ano, não estava nos meus planos. Ok, não é exactamente uma prova de "estrada", uma vez que uma grande parte do percurso é num estradão de terra batida, mas não deixa de ter o impacto e o esforço continuo associadas às provas de "estrada".

Com uma distância anunciada de 15,5km seria a minha primeira prova na distância e um excelente teste para a prova da próxima semana, essa sim nos meus planos para este ano e onde tenho umas contas a ajustar. Mas isso é outra história...
As lembranças numa cor espectacular!
O plano era carregar com a família toda e irmos passear para as lezírias, mas entre a logística familiar associada a um bebé e o tempo algo encoberto, acabei por ir sozinho. Embora o tempo não estivesse propício para passeios familiares estava perfeito para correr: nublado e fresquinho.

Até saí cedo de casa, mas entre enganar-me no caminho, não conhecer Vila Franca e ter sido um stress para estacionar o carro cheguei à partida quase em cima da hora. Ainda por cima nem tinha o dorsal, uma vez que tinha combinado que mo entregariam antes da prova. Detesto chegar atrasado onde quer que seja, e detesto ainda mais ficar stressado antes da prova. Felizmente cheguei mesmo a tempo de pegar no dorsal, montar o sistema de telemetria e ainda deu para dizer um olá a algumas caras conhecidas!
"Vá lá David, é para o blog!"
O plano era simples: engrenar na velocidade com que pretendo fazer a Meia e ver se aguentava os 15,5km. A realidade foi um pouco diferente. Mesmo sem fazer qualquer aquecimento, a adrenalina da partida voltou a ser mais forte, e nem os dolorosos paralelepípedos ou a subida(inha) da ponte impediram que os primeiros 5km fossem feitos a uma média de 4'11''/km. Logo após a ponte, um senhor do "VIEIRENS" coloca-se ao meu lado (ou eu coloquei-me ao lado dele...)  e existe claramente um sicronizar de passadas e lá vamos os dois a fazermos de lebre um para o outro.

Por esta altura passamos pelo primeiro abastecimento e tenho a primeira surpresa do dia, passam-me para as mãos uma garrafa de 75cl! Parecia mesmo que tinham lido o meu último post sobre o desperdício de entregar garrafas, e feito exactamente o contrário! Acho que até para quem gosta de carregar com a garrafa, com aquele tamanho não dá muito jeito. Bebi um gole, refresquei a cabeça e forcei-me a beber mais um gole porque me estava a fazer doer a alma jogar fora a garrafa quase cheia...

Após o abastecimento perdi um pouco de momento e comecei a sentir-me cansado. Optei por reduzir um pouco o ritmo e os 5km seguintes foram feitos a 4'25''/km. O meu "companheiro" improvisado lá segue mas nunca o deixo de ver e mesmo sem ter noção continua a ser a minha lebre. Aproxima-se o ponto de retorno e começo a ver os atletas já no regresso. Chego ao retorno e tento distrair-me a ver se vejo alguém conhecido. Ainda grito uns "força" mas as pernas começam a protestar e tenho de me focar apenas no acto de correr. 



Uma das lições desta prova foi a questão da alimentação, não levei nada para comer. Actualmente nos treinos até 15km ou 1h30 não costumo levar nada, algumas vezes quando não há fontes nem água bebo. Mas numa prova a este ritmo e tendo em conta que tomei o pequeno almoço muito antes que o habitual , comecei a sentir fraqueza e a sonhar com uma banana ou um cubinho de marmelada. Provavelmente não teria grande efeito físico, mas psicológico de certeza que teria! Para a semana vou levar sólidos comigo!

Dei por mim a olhar para os montes do outro lado do rio e imaginar como seria estar a trepa-los! Claramente a minha cabeça está noutra onda...

Passo novamente o abastecimento e considero seriamente se pego noutro garrafão ou não. Mas o facto de estar com a garganta seca, com fome e estar a desmotivar  um pouco leva-me a aceitar.
Em pleno sprint final! (foto João Lima)
O estradão dá lugar ao alcatrão e começa a subida para a ponte. Embora o ritmo baixe um pouco, sinto-me novamente com força. Ultrapasso alguns atletas e fico muito confiante. Assim que passo o ponto mais elevado alargo a passada e saio disparado pelas ruas de Vila Franca a o ritmo em torno do 4'/km. Continuo a ultrapassar atletas, inclusivamente o meu "companheiro". Quando contorno a praça de Touros ainda tenho energia para um sprint final.

Segundo o meu relógio corri os 15,8km em 1h08m49s o que dá um ritmo médio de 4'21''/km, quase menos 10'/km que o objectivo. Fiquei em 230º da geral em 1356 atletas que terminaram a prova. Bati ainda o meu record de distância percorrida em 1h, 13,79km.

Claramente muito satisfeito com a prova!
Assim que passei a meta, recebi o saco das lembranças, uma nova garrafa de 75cl de água que aqui muito agradeci, e quando reparo na mesa com fruta vou disparado comer meia banana e dois gomos de laranja porque estava faminto!

Gostei imenso desta prova. Não estive muito tempo no recinto, cheguei em cima da hora e depois estava vento e com a tshirt enxarcada apressei-me a regressar para o carro, mas gostei do ambiente e do recovery. Gostei de, mesmo chegando em cima da hora, ter conseguido colocar-me na partida numa posição que me permitiu correr logo ao meu ritmo (e podia perfeitamente ter ido ainda mais para a frente). Gostei de ver os campinos ao longo do percurso embora tenha ficado "decepcionado" de não ter visto um único gado vacum. Mas acima de tudo gostei porque me deixou super motivado e confiante para o grande objectivo da Meia Maratona! 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Copo de papel e os abastecimentos

Tenho lido por essa blogosfera fora alguns comentários menos positivos sobre os abastecimentos em copos de papel, nomeadamente no rescaldo da Maratona de Sevilha. Embora seja pouco usual cá no nosso rectângulo é muito comum nos grandes eventos internacionais.

Eu também era um céptico, mas quando estava obcecar preparar a Maratona vi centenas alguns videos sobre tudo o que estivesse minimamente relacionado com a prova. E ao contrário de outras figuras mitológicas que não fizeram parte da Maratona de Lisboa (como a linha azul ou as esponjas), a bebida isotónica foi distribuída em copos de papel e a coisa correu bem muito graças ao facto de ter visto este video.


Obviamente que a parte de receber o copo do voluntário não se aplicou aos copos porque estavam pousados nas mesas (embora o "truque" seja útil quando recebemos as garrafas) mas a técnica de "fechar" o copo e fazer um funil é muito boa.

Pessoalmente acho que os copos são melhores que as garrafas (principalmente porque nunca carrego as garrafas enquanto corro). Têm uma quantidade menor e por isso não há tanto desperdício (eu quase nunca bebo a garrafa toda e acabo por deitar fora ainda com água o que me faz doer o coração), produzem menos lixo e principalmente NÃO TÊM TAMPAS! :)